Casas de apostas competem pelo maior patrocínio da história do futebol brasileiro
Nos últimos anos, as casas de apostas têm investido intensamente em publicidade, sobretudo nos campos de futebol. Um dos locais de destaque são as camisas dos times, onde a logo das marcas pode aparecer por alguns milhões.
No início deste ano, logo após a sanção da lei que regulamentou as apostas esportivas no Brasil, várias bets foram atrás dos maiores times brasileiros para fechar acordos de patrocínios.
Dentre o ranking dos dez maiores patrocínios do futebol brasileiro neste ano, oito das posições são ocupadas por operadores de apostas.
O maior dos patrocínios é da Vai de Bet, que fechou um acordo de R$ 120 milhões por ano com o Corinthians. Em seguida, vem o acordo da Pixbet com o Flamengo, que ofereceu R$ 85 milhões por ano para aparecer no local de maior destaque da camisa do rubro-negro.
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De acordo com especialistas em marketing e gestão esportiva, essa disputa pelo maior patrocínio da história entre as bets deve continuar daqui para frente, com valores cada vez mais altos.
Busca por visibilidade
O gestor de projetos da FIA Business School e ex-gestor da CBF Academy, Michel Mattar, explica que essa movimentação do início do ano foi muito puxada pela aprovação da lei das apostas no final do ano passado.
“Ao aprovar a lei, torna-se um ambiente muito mais seguro e previsível para investimentos, que deve atrair novos nomes.”
Segundo ele, o ambiente deve se tornar mais competitivo com a chegada de novas casas de apostas que ainda não atuavam no Brasil. Essas marcas irão precisar de visibilidade, e nada melhor do que a maior vitrine do mercado: o futebol brasileiro.
De acordo com levantamento feito pelo Aposta Legal Brasil, 119 dos 268 dos times que disputam os campeonatos estaduais no Brasil possuem algum patrocínio de bets.
Apesar de muitas empresas que patrocinam hoje times menores serem pequenas e possam não conseguir arcar com os custos da licença brasileira, Mattar ressalta que outros grandes operadores virão para ocupar esse lugar.
“A tendência é que haja uma inflação, uma disputa concorrencial por essas plataformas que querem mais visibilidade. Isso deve gerar uma reação em cadeia para outros ativos. Se os principais ativos, como as camisas, placas de campo e nomes das competições, têm um maior valor, os demais ativos devem aumentar também”, afirma.
Impacto no futebol
Para o especialista em gestão de marketing esportivo Ricardo Grecco, as casas de apostas têm hoje um papel importante, senão fundamental, no futebol brasileiro.
“Eu acho que o mercado esportivo brasileiro, pelos valores, teria muita dificuldade de obter esses valores no mercado que já estava habituado a investir no futebol e as casas de apostas estão cada vez mais dominando o mercado”, coloca.
Hoje, 19 dos 20 times da série A do Campeonato Brasileiro são patrocinados por casas de apostas. O especialista considera que isso aponta certa dependência dos times ao mercado de apostas.
“Os clubes estavam com muita dificuldade de conseguir patrocínios com outros setores, havia uma descrença de outros setores apostarem no futebol”, diz.
Ricardo aponta que a relação entre os times e as casas de apostas se tornou e deve ser cada vez mais intrínseca, uma vez que ambos os mercados contemplam o mesmo público.
Segundo Grecco, os investimentos feitos por bets são importantes para o crescimento do futebol brasileiro, para que os times possam investir em infraestrutura e em grandes contratações.
“Caso isso se mostre sustentável no longo prazo, pode acabar reforçando o domínio do futebol brasileiro perante os países vizinhos.”
Maiores patrocínios do futebol brasileiro
Confira os valores por ano dos maiores patrocinadores de times brasileiros, de acordo com levantamento da Exame:
Corinthians - Vai de Bet - (R$ 120 milhões)
Flamengo - Pixbet - (R$ 85 milhões)
Palmeiras - Crefisa - (R$ 81 milhões)
São Paulo - SuperBet - (R$ 52 milhões)
Grêmio e Internacional - Banrisul - (R$ 30 milhões para cada)
Botafogo - Parimatch - (R$ 27,5 milhões)
Cruzeiro - Betfair - (R$ 25 milhões)
Fluminense - Betano - (R$ 20 milhões)
Fortaleza - Novibet - (R$ 19 milhões)