Brasileiros apostaram R$ 287 bilhões no 1º semestre
Em apenas meio ano, os brasileiros apostaram cerca de R$ 287 bilhões em plataformas legais de apostas.
O volume equivale a cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país e o cálculo é uma estimativa exclusiva do Aposta Legal, feita a partir dos dados oficiais da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF).
Os quase R$ 300 bilhões apostados pelos brasileiros correspondem ao volume bruto que girou nas plataformas legais, incluindo o dinheiro reapostado pelos jogadores após receberem ganhos.
Desse montante jogado, o governo brasileiro destacou que as casas legais devolveram cerca de 94% do valor em prêmios. Ou seja, os apostadores do mercado legal receberam algo em torno de R$ 270 bilhões em prêmios entre janeiro e junho de 2025.

Esse é um dos principais diferenciais do mercado regulado: a alta taxa de retorno garante que a maior parte do dinheiro volta para o apostador.
Segundo a SPA, as 78 empresas autorizadas pelo Ministério da Fazenda, que operam no país sob 182 marcas, registraram juntas R$ 17,4 bilhões em receita bruta (GGR) no semestre. O valor é o que efetivamente ficou com as operadoras depois do pagamento de prêmios.
O número impressiona pela escala: em seis meses, as bets movimentam cifras que rivalizam com mercados inteiros da economia brasileira, fazendo as bets lucrarem mais que bancos e setores da indústria.
Bets marcam lucro recorde em maio
A movimentação ao longo do semestre mostra como o setor responde ao calendário esportivo. Em janeiro, o GGR foi de R$ 2,03 bilhões. Fevereiro e março registraram R$ 2,69 bilhões cada, enquanto abril saltou para R$ 3,38 bilhões.
O pico veio em maio, com R$ 3,52 bilhões, impulsionado pelas finais de campeonatos de futebol. Em junho, a receita ficou em R$ 3,11 bilhões, mantendo a média acima de R$ 3 bilhões mensais.
Brasil tem 17 milhões de apostadores
Ao mesmo tempo, o setor mostra uma base de jogadores significativa. Foram 17,7 milhões de CPFs únicos que realizaram apostas nas casas legalizadas no semestre, consolidando o Brasil como um dos maiores mercados do mundo em número de usuários.
Estimativas da Feed Construct indicavam que a América Latina inteira poderia alcançar 10 milhões de apostadores até 2029, número que foi superado apenas pelo Brasil, no primeiro semestre de regulamentação.
Parte da arrecadação do mercado regulado vai diretamente para o financiamento de políticas públicas.
Do GGR registrado no semestre, cerca de R$ 2,14 bilhões foram destinados a áreas como esporte, turismo, segurança pública, educação, saúde e seguridade social.
Apenas o esporte recebeu R$ 767 milhões, enquanto o turismo ficou com R$ 601 milhões e a segurança pública com R$ 290 milhões.
Educação e seguridade social tiveram R$ 216 milhões cada, e a saúde ficou com R$ 21 milhões.
Faturamento do mercado Ilegal
Embora o mercado legal esteja em expansão e garanta altos índices de retorno em prêmios, o setor clandestino segue ativo.
O Aposta Legal estima que as casas ilegais monitoradas movimentaram cerca de R$ 160 milhões na primeira metade de 2025.
A diferença é que, ao contrário das operadoras reguladas, esse valor geralmente não retorna aos jogadores em forma de prêmios, ampliando os riscos de fraude e perda para os apostadores.