O Brasil enfrenta um aumento nos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar casos de jogo patológico, conhecido como ludopatia. Até agosto de 2024, 896 pessoas procuraram ajuda na rede pública, superando o total de atendimentos realizados em todo o ano de 2022, que foi de 841.

A expectativa é que, mantendo-se a atual tendência, mais de 1.300 brasileiros busquem tratamento para o vício em jogos de azar até o fim deste ano.

De acordo com o jornal O Globo, o comportamento obsessivo e persistente de apostar afeta mais mulheres do que homens, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Entre os 896 atendimentos já registrados este ano, 515 correspondem a mulheres, representando 57% do total. Geograficamente, São Paulo lidera os casos, seguido por Rondônia e Goiás.

Apesar do aumento nos números, o Ministério da Saúde ressalta que os dados não permitem estabelecer uma relação direta entre os casos de ludopatia e o crescimento das plataformas de apostas esportivas online, que têm se tornado cada vez mais populares no país.

Governo Federal cria grupo de prevenção à ludopatia

Diante do aumento dos índices do caso de ludopatia, o governo federal anunciou a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial de Saúde Mental e de Prevenção e Redução de Danos do Jogo Problemático.

A iniciativa tem como objetivo formular e implementar ações voltadas à prevenção, redução de danos e assistência a pessoas vulneráveis ou já afetadas pelo comportamento de jogo patológico.

O grupo será composto por representantes dos Ministérios da Fazenda, Saúde, Esporte e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Entre as funções da equipe está a elaboração de um Plano de Ação, que incluirá políticas públicas, ações administrativas e medidas regulatórias para enfrentar o problema.

Impactos sociais da ludopatia

Especialistas alertam que a ludopatia não afeta apenas a saúde mental dos pacientes, mas também suas relações familiares e a estabilidade financeira. A criação do grupo de trabalho é vista como um passo importante para estruturar uma política pública que atenda tanto à demanda crescente por assistência médica quanto às ações preventivas.

No entanto, críticos apontam a necessidade de ações mais robustas para regular a indústria de jogos de azar, especialmente no ambiente online, e de campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos do vício em apostas.