Ludopatia não é escolha, é consequência
A ludopatia, ou Transtorno do Jogo, é frequentemente simplificada como uma escolha individual, associada à falta de autocontrole. No entanto, trata-se de uma doença real, reconhecida nos principais manuais de diagnóstico, como o DSM-5 e o CID-11, e influenciada por diversos fatores além da responsabilidade pessoal.
A falta de regulamentação adequada é um desses fatores, deixando os usuários expostos a práticas que não priorizam sua segurança, sem mecanismos de proteção como autoexclusão, ferramentas de jogo responsável e monitoramento de comportamento.
Além disso, um mercado desregulado contribui para o marketing ilusório, que glamouriza as apostas como um meio de ascensão social, prometendo ganhos fáceis, omitindo riscos e não alertando sobre os sinais de problemas.
“Esse tipo de publicidade aumenta o contato com o jogo sem que os usuários compreendam plenamente os riscos envolvidos.”
A ausência de políticas eficazes de jogo responsável e de informações claras para os apostadores também agrava o problema. Sem educação sobre os limites do jogo saudável, as pessoas ficam desinformadas sobre os sinais de alerta que indicam problemas.
A falta de suporte e de políticas preventivas por parte do governo deixa os jogadores vulneráveis ao desenvolvimento do vício.
Culpar exclusivamente o indivíduo é ignorar o verdadeiro funcionamento da ludopatia e as causas profundas desse transtorno. Um alto índice de ludopatia reflete um mercado sem regulamentação e práticas responsáveis.
Para reduzir os danos e prevenir o transtorno do jogo, é essencial promover um ambiente seguro, com informações claras, educação sobre riscos e suporte para identificar comportamentos problemáticos antes que evoluam para um diagnóstico de ludopatia.
Se esse assunto te interessou, aproveite para ler o último artigo de opinião assinado pelo nosso especialista em Jogo Responsável: A responsabilidade do usuário ao escolher a plataforma de jogos.