CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas escuta presidente da ABAESP
Nesta terça-feira, 3 de setembro, a CPI das Apostas recebeu Rodrigo Alves, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apostas (ABAESP). Foram discutidos temas centrais como a manipulação de resultados e a importância do jogo responsável no setor de apostas esportivas.
Regulamentação como ferramenta de proteção
Durante a audiência, Rodrigo Alves destacou que a manipulação de resultados é prejudicial e indesejável para as casas de apostas, já que os manipuladores violam os termos dessas empresas para obter lucros ilícitos.
Ele explicou que a ocorrência de manipulações afeta diretamente a credibilidade e a confiança no setor, prejudicando o mercado de apostas.
Alves também ressaltou a importância da regulamentação das apostas esportivas como uma medida essencial para combater comportamentos compulsivos.
Ele reconheceu que, embora a ABAESP esteja promovendo ativamente práticas de Jogo Responsável, a falta de dados oficiais sobre os impactos na saúde mental dos apostadores ainda representa um desafio significativo.
O presidente da ABAESP demonstrou preocupação com o fato de que muitas pessoas, especialmente as mais jovens e inexperientes, são atraídas por promessas de ganhos fáceis e métodos infalíveis, o que pode levar ao endividamento e a outros problemas graves, como vício em apostas.
Ele expressou a esperança de que, com a regulamentação prevista para 2025, essas práticas irresponsáveis sejam significativamente reduzidas, criando um ambiente de apostas mais seguro e consciente.
Senadores apontam preocupação com lances manipulados
O senador Carlos Portinho (PL-RJ) também manifestou sua preocupação durante a audiência, destacando que há casos em que atletas e clubes podem forçar lances específicos para validar apostas combinadas com terceiros.
Como possível solução, ele sugeriu a proibição de apostas em mercados específicos, como cartões e escanteios. De acordo com Portinho, restringir as apostas apenas aos resultados dos jogos poderia diminuir as suspeitas sobre manipulação de lances durante as partidas.
Senadores reconhecem a dificuldade de proibir as apostas como um todo
Portinho também reconheceu a dificuldade de proibir completamente a atividade de apostas, apontando que, caso isso ocorra, os brasileiros poderiam migrar para empresas internacionais ou recorrer a operadores ilegais.
Essa migração para o mercado paralelo é uma preocupação real, especialmente quando se observa o caso de Portugal, onde a regulamentação excessivamente rígida em relação aos tributos tornou a atividade inviável para muitas empresas.
Rodrigo Alves mencionou que, após a regulamentação em Portugal, muitas casas de apostas deixaram o país devido à alta tributação.
As empresas que permaneceram enfrentaram dificuldades em oferecer cotações competitivas, o que fez com que muitos apostadores portugueses migrassem para plataformas ilegais.
Isso resultou em um mercado menos seguro e em uma perda significativa de receitas fiscais para o governo.