Quem é o empresário preso na CPI das bets no Senado?

Atualizado: 2 Mai 2025
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Lucas Arraz

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas no Senado prendeu na última terça-feira (29) o empresário Daniel Pardim Tavares Lima por falso testemunho.

Pardim foi detido em flagrante após, segundo os senadores, mentir ao dizer que não conhece Adélia de Jesus Soares, sua sócia na empresa Peach Blossom River Technology — que atua como representante no Brasil da empresa britânica Playflow, investigada por envolvimento com jogos ilegais.

Adélia também ficou conhecida por participar do Big Brother Brasil em 2016.

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Adélia participou do BBB16 (Imagem: Divulgação/Rede Globo)

A prisão foi solicitada pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), e acatada pela comissão após o empresário negar por múltiplas vezes ligações com Adélia.

Segundo Soraya, Pardim omitiu informações básicas, como o fato de ter fundado uma empresa com Adélia no mesmo dia, e mentiu mesmo após diversas oportunidades para corrigir seus depoimentos.

A Payflow, empresa vinculada à Peach Blossom, é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal sob suspeita de lavar dinheiro e viabilizar transferências ilegais.

A CPI também aponta que Pardim seria um “laranja” — alguém que empresta o nome para disfarçar os verdadeiros operadores da companhia. As informações são da Agência Senado.

Quem é Daniel Pardim?

Daniel Pardim é um empresário de São Paulo. Ele comanda uma loja de massas artesanais no bairro de Sapopemba, em São Paulo, desde 2016 e, em 2020, tornou-se sócio do “Boteco do Barba”, também na região — embora o local esteja fechado.

Em junho de 2024, Pardim fundou duas empresas no mesmo dia, uma delas a Peach Blossom River Technology, com capital social declarado de R$ 100 mil. A firma é apontada pela CPI como parte de uma rede usada para legalizar dinheiro de sites de apostas e permitir a atuação de grupos estrangeiros no Brasil.

A brasileira Adélia Soares, sócia de Pardim na empresa, fundou a Playflow no Reino Unido. Ela é advogada da influenciadora digital Deolane Bezerra, ambas investigadas por operar jogos de azar ilegais no país. Adélia também ficou conhecida por participar do Big Brother Brasil em 2016.

CPI pressiona e tenta ouvir ex-bbb Adélia

A relatora Soraya Thronicke e outros senadores como Damares Alves (Republicanos-DF) e Izalci Lucas (PL-DF) reforçaram a linha de que Pardim poderia estar escondendo informações importantes. Eles também afirmaram que Adélia Soares será conduzida coercitivamente para depor, após não comparecer à sessão marcada para o mesmo dia.

A CPI das Bets tinha previsão de encerrar os trabalhos nesta quarta-feira (30), mas os senadores solicitaram uma prorrogação. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), concedeu mais 45 dias para a continuidade.

A comissão apura desde novembro de 2024 possíveis ligações do setor de apostas com crimes como lavagem de dinheiro e financiamento de organizações criminosas.

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