Por que é proibido apostar no próximo Papa no Brasil?
Com a morte do Papa Francisco, o mundo volta os olhos para o Vaticano. Nas próximas semanas, o conclave elegerá o próximo líder da Igreja Católica.
Em paralelo ao ritual secular, surgem também as apostas: quem será o novo Papa?
Em países como Reino Unido, Irlanda e Itália, casas especializadas já aceitam palpites sobre os favoritos. Mas e no Brasil? A resposta é direta: apostar no próximo Papa é proibido por aqui.
Apostar em quem será o próximo Papa é proibido no Brasil, pois a legislação só permite apostas em eventos esportivos.
De acordo com a legislação vigente, apostas de cota fixa — modalidade em que o apostador sabe quanto pode ganhar no momento em que aposta — só são permitidas no Brasil quando relacionadas a eventos esportivos previamente autorizados.
O novo marco regulatório das apostas, publicado pelo Ministério da Fazenda entre 2023 e 2024, também estabelece que eventos não esportivos, de caráter político, religioso ou moralmente sensíveis, não podem ser explorados por operadores legalizados no país.
E se a aposta for feita em um site estrangeiro?
Mesmo que o site esteja hospedado fora do país, o cidadão brasileiro não está isento da regra.
Ao apostar em plataformas não autorizadas no Brasil — como algumas que operam com licença de Malta, Curaçao ou Gibraltar — o usuário pode incorrer em prática irregular, e a empresa, caso atue sem licença local, pode ser enquadrada como operação ilegal.
Além disso, desde a regulamentação, os bancos e meios de pagamento são obrigados a bloquear transações com operadoras não autorizadas, o que dificulta saques e depósitos por brasileiros em plataformas que oferecem apostas desse tipo.
Por que outros países permitem esse tipo de aposta?
No Reino Unido, por exemplo, a tradição de apostar em eventos políticos e religiosos é longa — e legal.
As apostas sobre quem será o próximo Papa, quem vencerá o Oscar ou quem ganhará uma eleição fazem parte de uma cultura de mercado de predição, muitas vezes vista com tom de entretenimento, sátira ou curiosidade pública.
Em mercados como Irlanda e Itália, há uma abordagem mais flexível quanto à natureza dos eventos que podem ser explorados. Lá, apostas sobre o conclave papal são vistas como uma extensão das discussões públicas sobre os rumos da Igreja Católica — especialmente em países de forte tradição cristã.