Conmebol enfrenta crise de reputação na América do Sul
Nos bastidores do futebol sul-americano, a imagem da Conmebol vive um momento delicado. Entre arbitragens polêmicas e decisões administrativas contestadas, a entidade que organiza a Libertadores, a Sul-Americana e a Copa América tem sido alvo frequente de críticas nas redes sociais dos países que representa.
Um levantamento realizado pelo Aposta Legal, com base em dados do Brandwatch, analisou comentários sobre a Conmebol publicados nas redes sociais nos últimos 60 dias em dez países da América do Sul. O resultado escancara um clima de insatisfação generalizada — mas com diferentes intensidades.
Países como Paraguai, Uruguai e Chile lideram a rejeição, com mais de 70% das menções carregadas de críticas. Já no Brasil, o cenário é mais ambíguo: 50% dos comentários são negativos, o que indica um público dividido — entre a frustração e com uma estrutura que, muitas vezes, beneficia os clubes brasileiros.
No caso do Chile, o sentimento atingiu um ponto de ebulição nos últimos meses. Após a morte de dois torcedores do Colo-Colo em uma partida da Libertadores contra o Fortaleza, a decisão da Conmebol de manter o jogo mesmo diante da tragédia gerou indignação nacional.
A percepção de frieza e omissão por parte da entidade foi amplificada por um comunicado oficial considerado tímido e burocrático.
Nas redes sociais chilenas, o reflexo foi imediato: 97% dos comentários publicados na semana do ocorrido foram negativos, um índice praticamente absoluto. A crítica não se limita à condução do episódio: torcedores também apontam um histórico de punições consideradas desproporcionais a clubes locais e uma sensação crônica de falta de voz nas decisões da entidade.
Brasileiros divididos sobre Conmebol
No Brasil, o tom é diferente. Embora o índice de críticas também chame atenção — 50% de negatividade nas menções à Conmebol —, o debate é mais disperso. Reclamações sobre o VAR, erros de arbitragem e falta de transparência são frequentes. Um dos pontos criticados por brasileiros é a gestão da Conmebol frente episódios de racismo em competições da entidade.
No entanto, os comentários coexistem com um certo conformismo estrutural. Afinal, clubes brasileiros dominam a Libertadores, recebem cotas robustas de premiação e protagonizam transmissões e campanhas globais da entidade.
O Brasil, ao mesmo tempo em que critica, também se beneficia. E isso dilui o impacto das reclamações, especialmente em comparação com países que se sentem sistematicamente marginalizados dentro da estrutura da Conmebol.
Confira alguns comentários registrados sobre a Conmebol no Brasil:





Impacto da avaliação da Conmebol nas apostas
Além do campo, a reputação da Conmebol repercute também fora das quatro linhas — especialmente no mercado de apostas. Campeonatos como a Libertadores e a Sul-Americana estão entre os mais populares entre os apostadores brasileiros e sul-americanos.
Mas, à medida que crescem as críticas à gestão da entidade, cresce também a percepção de que decisões polêmicas de arbitragem ou administrativas podem comprometer a integridade das partidas.
Para um setor que depende da confiança e da previsibilidade dos resultados, o abalo na imagem da organizadora representa um risco relevante e afasta parte dos apostadores mais cautelosos.