Patrocínio de casas de apostas chega a R$ 1 bilhão, calcula ANJL
As casas de apostas vêm, temporada após temporada, tomando um espaço principal nas camisas de times de futebol brasileiros.
Dos 40 times que disputam o Campeonato Brasileiro nas séries A e B em 2023, apenas um não possui uma bet enquanto patrocinadora.
Os contratos das casas de apostas com os clubes brasileiros são milionários. Na semana passada, a Pixbet fechou uma parceria de R$ 90 milhões com o Flamengo, sendo o patrocínio válido até 2025.
Levantamento da NeoBrands em abril calculou que times da Série A receberam R$ 327 milhões de bets em 2023.
O valor total investido por casas de apostas no futebol brasileiro é difícil de ser calculado devido a contratos de confidencialidade. Mas, a Associação Nacional de Jogos e Loterias calcula que a cifra chegue a R$ 1 bilhão, somando todos os contratos vigentes.
A associação teme que a atual alíquota proposta no projeto de lei da regulamentação das apostas esportivas possa afetar o apoio das bets ao futebol brasileiro, que hoje se vê bastante dependente desses recursos.
Patrocínio das bets aos times do brasileirão
Dos 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro, apenas o Cuiabá não possui patrocínio de uma casa de apostas.
As casas de apostas ocupam o espaço de patrocinador máster em 12 dos times da Série A, sendo os principais patrocinadores Pixbet, Esporte da Sorte, Estrela Bet, Betfair e Pari Match.
Na Série B, todos os times possuem patrocínio de casas de apostas, dentre empresas importantes que patrocinam também clubes da Série A e bets menores.
Confira a lista de patrocinadores:
Influência no futebol brasileiro
O presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, Wesley Cardia, explica que as casas de apostas começaram a se tornar mais comuns entre os patrocinadores dos times de futebol pela necessidade de exporem suas marcas.
A presença das bets vem crescendo nos últimos anos, tomando o espaço de outros patrocinadores.
Ele se preocupa, contudo, que a tributação prevista para as casas de apostas no processo de regulamentação do mercado no Brasil possa prejudicar os times patrocinados.
“A ANJL vem defendendo desde o início da discussão da MP 3626/2023 e do projeto de lei 3626 que o montante de taxas e impostos é fundamental, não apenas para os patrocínios esportivos, como também para a mídia de rádio, jornal e TV. No entanto, a alta taxação aprovada pela Câmara vai levar as casas de apostas a rever, para baixo, os investimentos em publicidade”, coloca.
Para este ano, ele considera que não deve haver mudança nos patrocínios, mesmo que seja aprovada uma tributação considerada alta.
As parcerias entre bets e times de futebol podem começar a ser afetadas a partir de 2024, a medida que se inicie o processo de licenciamento das casas de apostas no Brasil.
O Aposta Legal Brasil entrou em contato com a Confederação Nacional de Clubes (Fenaclubes), que se recusou a comentar sobre o tema.
A reportagem também buscou um posicionamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não recebeu qualquer retorno até a publicação.