Ineficiência em combater mercado clandestino prejudica a promoção do Jogo Responsável
As recentes solicitações do Governo Brasileiro com o intuito de bloquear o acesso a sites de apostas clandestinos, embora bem-intencionadas, encontram dificuldade em realmente coibir a existência e facilidade de acesso de plataformas irregulares e não é suficiente para combater o mercado ilegal.
Com três solicitações de bloqueio, já somam-se mais de 5.000 domínios de plataformas bloqueadas, mas que, na realidade, continuam à disposição.
Os operadores dos sites clandestinos rapidamente se adaptam, conseguem criar outros domínios e hospedar a plataforma rapidamente e, com o rápido engajamento e alcance nas redes sociais, em pouquíssimo tempo essa plataforma já está recebendo acessos e depósitos normalmente.
“ Isso evidencia que o bloqueio dos sites, de forma isolada, pouco adiantam para realmente atacar o mercado ilícito.”
Uma abordagem mais eficaz pode estar vinculada em medidas complementares como o bloqueio de pagamento PIX para essas plataformas, com maior controle e fiscalização dos meios de pagamento e gateways que processam as movimentações financeiras dessas operações ilegais. Ao interromper o fluxo financeiro, dificulta-se muito a operação e o lucro desses sites.
É importante, também, que se tenha uma responsabilização civil e, possivelmente, criminal àqueles que divulgam e promovem as plataformas clandestinas, incluindo influenciadores digitais, agências de marketing e veículos de mídia que contribuem para a disseminação dessas plataformas.
Apenas uma estratégia abrangente, que vise atrapalhar os sites ilegais de várias formas diferentes, indo além do simples bloqueio e derrubada de URL’s específicas, será possível combater efetivamente o mercado ilegal de apostas, protegendo os consumidores e assegurando um cenário justo para os operadores regulamentados.