Governadores entram com ação no STF para pedir mudanças na lei das apostas

Atualizado: 9 Mai 2024
heloisa vasconcelos.webp

Escrito por:

Heloísa Vasconcelos

Sobre o autor

Investigo dados e fatos sobre legislação e tendências para criar notícias exclusivas.Leia mais
Jornalista
cnj (1).jpg

Foto: CNJ

Os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Acre, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e do Distrito Federal entraram com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir mudanças na Lei nº 14.790, que regulamenta o mercado de apostas.

A ação alega que as mudanças que a legislação aprovada no ano passado realizou sobre a Lei nº 13.756/2018 restringem que o mesmo grupo econômico possa obter concessão para explorar serviços lotéricos em mais de um estado.

Para os governadores, isso favorece um ambiente de competição entre os estados, dando uma maior vantagem aos estados mais ricos.

“Essas consequências devem recair, principalmente, sobre os estados de menor pujança econômica. Isso porque, cabendo ao operador privado a concessão em apenas um estado, espera-se que serão priorizados, pelos agentes econômicos mais capacitados, aqueles cuja demanda populacional seja maior, bem como cuja população detenha maior poder aquisitivo, em prejuízo a estados menos atrativos”, descreve a ação.

O documento foi protocolado pelo STF na última quarta-feira (8). No site do STF, consta que o processo foi distribuído ao ministro Alexandre de Moraes.

Regras sobre publicidade

Os governadores também reclamam sobre as atuais restrições de publicidade que a lei das apostas impõe. A norma atual proíbe que a publicidade sobre o serviço de apostas seja veiculada em estado diferente daquele em que o serviço é efetivamente prestado.

Para os autores da ação, o serviço prestado pelas loterias ocorre quando a pessoa adquire um bilhete, enquanto a publicidade busca apenas atrair um potencial usuário. Dessa forma, ao restringir a publicidade somente aos usuários localizados dentro dos limites territoriais do ente da federação, a lei violaria a razoabilidade.

Eles também criticam que o veto atinge a livre concorrência, por impedir o direito das loterias de explorar o potencial publicitário para atrair novos usuários.

Comentários

Deixe o seu comentário

Veja o que outros usuários dizem

Ainda sem comentários

Artigos relacionados

symbolLogoGreen
cpi john textor (1).jpg
May 23, 2024
John Textor reforça denúncias de manipulação de resultados na CPI das Apostas

O sócio majoritário do SAF Botafogo depôs na CPI na última segunda-feira (22) e apresentou provas aos senadores em sessão secreta.

Mercado
symbolLogoGreen
regis dudena (1).jpg
Apr 22, 2024
Casa Civil nomeia Régis Dudena como secretário de apostas

Apesar de não ter experiência no setor de apostas, Régis é um nome próximo ao secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan. Ele tem experiência em direito público e regulatório.

Mercado
symbolLogoGreen
marco legal jogos fantasy games.jpg
May 03, 2024
Fora do marco dos games, como ficam os fantasy games no Brasil?

Aprovado pelo Senado e pela Câmara, o marco legal dos jogos eletrônicos previa incluir inicialmente os jogos de fantasia, mas categoria ficou fora do projeto de lei.

Mercado
symbolLogoGreen
cpi apostas (1).png
Apr 17, 2024
Imperdível
CPI das Apostas Esportivas apresenta plano de trabalho e aprova requerimentos

Senadores terão até o dia 24 de outubro para apreciação e votação de relatório. Comissão investiga casos de manipulação de resultados no esporte brasileiro.

Mercado
symbolLogoGreen
senado (2).jpg
Apr 09, 2024
Nova CPI pode ajudar nos casos de manipulação de resultados? Entenda

CPI realizada no ano passado pela Câmara foi encerrada sem votação de relatório. Nova comissão será instaurada no Senado Federal.

Mercado
symbolLogoGreen
influenciadores investigados.jpg
Apr 04, 2024
Justiça derruba liminar que proibia influenciadores de divulgar o Jogo do Tigrinho no Pará

Grupo de 12 pessoas que estava impedido de divulgar jogos de azar nas redes sociais segue sendo investigado pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Mercado