Empresas de fantasy games pretendem operar apostas esportivas
A regulamentação das apostas esportivas no Brasil traz um novo caminho possível para as empresas de fantasy games.
Dois maiores nomes do setor no Brasil, a Cartola Express e o Rei do Pitaco estão entre as empresas que manifestaram interesse no Ministério da Fazenda para operarem apostas de quota fixa no Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira de Fantasy Games (ABFS), a regulamentação das apostas trouxe maior segurança jurídica para o setor, ao reconhecê-lo enquanto uma atividade de habilidade e não de sorte.
A operação de apostas de quota fixa pode ser uma nova linha de negócios para as empresas desse setor, que também esperam receber novos investimentos nos próximos anos.
Crescimento dos fantasy games
O presidente da ABFS, Rafael Marchetti Marcondes, conta que os fantasy games começaram no Brasil no início dos anos 2000, mas só começaram a ter maior notoriedade após a criação do Cartola pela Rede Globo, em 2005.
Os fantasy games são uma forma de aposta em que o apostador forma seu próprio time com jogadores reais, podendo ganhar competições com base no seu conhecimento sobre o rendimento dos atletas.
Segundo Rafael, a regulamentação das apostas esportivas é um passo importante para o setor.
“A lei é favorável para o fantasy porque ela traz uma regulamentação para o fantasy, mas é inegável que a regulação das apostas esportivas gera uma maior concorrência, que já existia desde 2018, mesmo sem a autorização das empresas operarem no Brasil”, pondera.
Os vetos realizados pela Presidência da República, contudo, deixam as empresas apreensivas com relação a como será feita a tributação dos prêmios dos apostadores.
A dúvida é se seguirão as regras que seguiam antes ou se se aplicará a alíquota das apostas esportivas.
O setor aguarda a edição de portarias pelo Ministério da Fazenda para trazer uma maior clareza sobre esse assunto. Mas, de qualquer forma, a Lei nº 14.790 é um sinal positivo, que traz boas expectativas.
“O fato de ter a atividade regulamentada em lei dizendo que não é jogo de azar é super relevante.”
“A gente tem expectativa que agora com a regulamentação venham aportes de recursos mais relevantes para as empresas”, explica Marcondes.
A expectativa da ABFS é de um aumento no mercado da ordem de 120%, com geração de até 6 mil empregos até 2026.
Operação de apostas
Dois principais nomes do fantasy games no Brasil, a Cartola Express e o Rei do Pitaco preencheram o formulário de manifestação de interesse do Ministério da Fazenda, sob o nome das empresas DFS Entretenimento LTDA e Mmd Tecnologia, Entretenimento e Marketing LTDA, respectivamente.
De acordo com Marchetti, esse pode ser um caminho interessante para as empresas do setor, já que tanto as apostas esportivas quanto os fantasy games possuem o mesmo público de pessoas que acompanham esportes.
COO e co-fundador do Rei do Pitaco, Kiko Augusto considera que a segurança jurídica que a lei traz oferece uma nova oportunidade para a empresa.
“A gente vê como uma ótima oportunidade para o nosso negócio. Nos EUA, as maiores empresas de apostas eram empresas de fantasy games. A gente só queria entrar nesse mercado quando já estivesse 100% regulamentado”, afirma.
Segundo ele, a empresa já captou US$ 30 milhões desde 2019, sem a existência de uma lei que regulamentasse o setor.
“Com a segurança jurídica a gente vai conseguir captar muito mais investimentos, gerar muito mais empregos diretos e indiretos.”
O Aposta Legal Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Cartola Express em busca de uma entrevista para a matéria, mas não recebeu nenhum retorno até o fechamento da reportagem.