Quem será o próximo Papa, segundo as bets?
Ainda antes do início oficial do conclave no Vaticano, as apostas sobre quem será o próximo Papa já movimentam casas europeias e plataformas de predição. A corrida foi intensificada com a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira, aos 88 anos, vítima de um AVC e insuficiência cardíaca.
Enquanto a Igreja se prepara para a escolha de seu novo líder em uma reunião secreta que deve começar em no mínimo duas semanas, o mercado já aponta dois favoritos claros: Luis Antonio Tagle e Pietro Parolin.
Dois favoritos ao cargo de novo papa
O filipino Luis Antonio Tagle, de 67 anos, é apontado por muitos como o “Francisco asiático” por seu estilo pastoral compassivo e voltado para a justiça social.
Ex-arcebispo de Manila e atual pró-prefeito da Seção para a Primeira Evangelização — dentro do novo Dicastério para a Evangelização —, ele ganhou destaque por sua postura acolhedora em relação a grupos historicamente marginalizados pela Igreja, como mães solteiras, pessoas LGBTQ+ e divorciados.
Embora mantenha fidelidade à doutrina, tem se esforçado por promover uma linguagem mais inclusiva e um olhar mais empático, em linha com o legado de Francisco.
Tagle aparece com odds entre 3.5 e 4, o que representa uma chance implícita de cerca de 25%, segundo as principais casas de apostas britânicas e italianas monitoradas pela plataforma OddsChecker.
Seu nome ganhou força após a morte do Papa Francisco, chegando a ultrapassar Pietro Parolin em algumas plataformas.

Imagem compara chance implícita do resultado do próximo Conclave
Parolin, por sua vez, segue como o nome com maior probabilidade estatística nas apostas. Com odds entre 2.5 e 2.88, ele tem aproximadamente 40% de chance de ser eleito.
Quanto menor a odd, maior a chance estimada de vitória. Por exemplo, uma odd de 2.0 representa uma chance de 50%; já uma odd de 50.0 representa apenas 2%.
Atual secretário de Estado do Vaticano e com ampla trajetória diplomática, Parolin é visto como um perfil de continuidade.
Sua postura moderada, sua atuação como articulador internacional da Santa Sé e o respeito que desfruta entre os cardeais o colocam como uma escolha sólida dentro do colégio eleitoral.
Mercado aposta também no continente do novo Papa
Além de nomes, os apostadores também arriscam palpites sobre de onde virá o próximo Papa. No site Polymarket, que opera com contratos de predição, a Europa lidera com 60% de probabilidade, seguida pela Ásia (26%) e África (12%).
As chances para América do Norte (2%) e América do Sul (1%) são residuais. Poucos acreditam que não haverá novo Papa ainda em 2025 — essa opção registra apenas 1% das apostas.
Uma outra pergunta popular nas bolsas de apostas: "O próximo Papa será negro?". A chance, segundo o mercado, é hoje de 13%, e caiu nas últimas 24 horas.
Apostas não influenciam conclave, mas refletem tendências
As apostas não exerçam qualquer influência formal sobre o processo de escolha do pontífice — que ocorre em sessões fechadas com 120 cardeais eleitores.
No entanto, as bets funcionam como termômetro informal da percepção pública e das articulações percebidas dentro da Igreja.
Esse é um dos mercados mais voláteis do mundo das apostas. Pequenos sinais como discursos, entrevistas ou mesmo menções em documentos podem fazer as probabilidades de um cardeal despencarem ou dispararem de um dia para o outro.
Apesar de Tagle e Parolin ocuparem as primeiras posições, conclaves anteriores já mostraram que o favorito raramente é garantia de vitória.
Joseph Ratzinger e Jorge Mario Bergoglio, por exemplo, não estavam no topo das bolsas de apostas nos dias que antecederam suas eleições.