No foco da CPI das bets, Zeroum bate recorde de acessos
Envolvida em investigações e operando por liminar judicial no Brasil, a Zeroum Bet — casa de apostas fundada pela influenciadora Deolane Bezerra — vive uma ascensão meteórica no mercado nacional.
Enquanto é citada em depoimentos na CPI das bets e questionada por órgãos reguladores, a marca vem batendo recordes de tráfego nos últimos meses.
Segundo dados monitorados pelo Aposta Legal, o site saltou de cerca de 1 milhão de visitas em dezembro de 2024 para mais de 11 milhões em abril de 2025. O volume coloca a Zeroum entre as 30 casas de apostas mais acessadas do país, consolidando seu nome mesmo sob os holofotes da investigação parlamentar.
Fundada em julho de 2024 por Deolane Bezerra, a Zeroum foi registrada com a assinatura da advogada Adélia de Jesus Soares. Em outubro do mesmo ano, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) indeferiu o primeiro pedido de licença, alegando necessidade de apurar a idoneidade dos sócios.
No mês seguinte, a plataforma foi vendida por R$ 30 milhões ao empresário José Daniel Trajano, ex-diretor da Esportes da Sorte. Atualmente, a Zeroum opera no Brasil amparada por decisão liminar — sem ter pago a outorga devida — enquanto aguarda a análise de um novo processo de autorização.
Apesar de transferir formalmente a marca ao novo dono, o jornal Estado de S.Paulo destacou que Deolane Bezerra continuou ativamente ligada à marca Zeroum. O contrato de compra e venda incluiu cláusulas garantindo que a influenciadora permanecesse como embaixadora da plataforma, usando sua popularidade para atrair usuários e não direcionar seus seguidores para concorrentes.
Zeroum entra na rota da CPI das bets
A escalada da Zeroum acontece no momento em que o nome da plataforma aparece entre depoimentos da CPI das bets no Senado. A comissão, que investiga supostas irregularidades envolvendo publicidades de casas de apostas e o papel de influenciadores na promoção de sites ilegais, ouviu na última semana o influenciador Rico Melquíades, que se apresentou como embaixador da Zeroum.
Com mais de 10 milhões de seguidores, Rico admitiu ter promovido plataformas não autorizadas e firmou um acordo com o Ministério Público para pagar R$ 1 milhão em multa e encerrar uma investigação em Alagoas. Apesar disso, afirmou que sua atuação junto à Zeroum se dá por meio de um contrato de publicidade, negando envolvimento com qualquer prática ilegal.
Outro nome com ligação à fundação da Zeroum que foi citado durante os trabalhos da CPI é o da advogada e ex-BBB Adélia de Jesus Soares, responsável pela assinatura da abertura formal da empresa em julho de 2024.
Representante legal de Deolane Bezerra, Adélia foi convocada para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito das Apostas, mas obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de não comparecer.
A decisão foi concedida pelo ministro Dias Toffoli, que considerou que a advogada vinha sendo tratada de forma “dúbia” pela CPI — ora como testemunha, ora como investigada. Com isso, foi garantida a ela a faculdade de comparecimento, sem obrigação de prestar depoimento.
A Zeroum é confiável?
Apesar de figurar entre os assuntos da CPI e de ter seu pedido de autorização indeferido pelo Ministério da Fazenda no ano passado, a Zeroum está atualmente autorizada a operar no Brasil por decisão judicial.
A liminar concedida pela Justiça permite que a plataforma funcione legalmente no país enquanto tramita seu novo pedido de licenciamento junto à Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA).
Para continuar operando, a empresa precisa cumprir as regras estabelecidas para o setor e reforçar o compromisso com a promoção do jogo responsável.
A marca também informa que atua em conformidade com os princípios de transparência exigidos pela regulamentação federal, e que segue trabalhando para consolidar sua presença no mercado de forma segura e legal. Confira quais bets são legais no Brasil: