VaideBet planeja mudanças para solicitar licença brasileira

Atualizado: 19 Fev 2024
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Escrito por:

Heloísa Vasconcelos

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Jornalista
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Divulgação/ VaideBet

Presente no mercado brasileiro desde 2022, a marca VaideBet vem crescendo rapidamente e ganhando destaque entre os operadores de apostas. A empresa é hoje a maior patrocinadora do futebol brasileiro, tendo um acordo de R$ 120 milhões por ano com o Corinthians.

A marca, pertencente ao grupo BPX, acumula mais de 420 mil interações no Twitter e 1,19 milhão de interações no Instagram desde janeiro desse ano, quando anunciou a parceria com o Timão.

De olho na regulamentação do mercado brasileiro, a VaideBet já está realizando ajustes para se adequar às regras da licença brasileira e pretende ser a primeira da fila assim que for aberto o período de solicitação de licenças pelo Ministério da Fazenda.

“Quando for aberto o prazo estaremos lá às seis da manhã batendo na porta para protocolar o nosso pedido”, brincou o diretor jurídico do Grupo BPX, Daniel Sitônio.

Em entrevista exclusiva ao Aposta Legal Brasil, ele falou sobre os planos da empresa, se mostrando confiante em relação ao governo brasileiro.

Há quanto tempo estão no mercado? Como foi a escolha por atuar no Brasil, um mercado ainda sem regulamentação?

A VaideBet pertence a um grupo, não tem só a marca VaideBet, o grupo tem outras marcas. No finalzinho de 2021, depois da alteração da Lei nº 14.756, de 2018, que foi que deu a oportunidade dessa operação internacional aqui no Brasil.

Essa lei trouxe a possibilidade da aposta esportiva de quota fixa aqui no Brasil, dependendo de uma regulamentação. E aí, com base nisso, as empresas internacionais do mercado também entenderam a oportunidade, e dessa mesma forma o grupo também entendeu e resolveu começar a explorar, inicialmente com a marca BetPix365, e depois com a marca VaideBet. A marca VaideBet veio no primeiro semestre de 2022 e estamos atuando desde então.

Estamos aguardando esse regulamento, que a gente tem maior desejo que chegue o quanto antes, que seja finalizado através dessa lei do finalzinho do ano passado e dos decretos para que a gente atue dentro do regulamento que está por vir.

O que pensam sobre a regulamentação das apostas? As regras agradam o setor?

Em primeiro lugar, eu queria dizer que esse regulamento foi um golaço marcado por esse governo. É um regulamento que o setor que trabalha de forma responsável aguarda há muito tempo, desde 2018 que a gente aguarda por isso.

Eu imagino que nenhum operador responsável, que tenha o desejo de trabalhar de forma responsável, tenha algo a reclamar sobre a vinda de um regulamento.

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A gente recebeu essa notícia no final do ano com muita alegria, muito entusiasmo, porque a gente imagina que é assim que tem que ser.
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O regulamento tem vários aspectos, ele regula toda a operação, desde a parte de tributação até a parte de regulação de mídia, a parte de acesso do agente fiscalizador, ao próprio sistema, à própria plataforma.

Enfim, a gente entende que o regulamento é essencial para que traga segurança para o segmento. A gente aguardava com muita ansiedade esse regulamento, porque era isso que a gente pretendia, a gente quer trabalhar dentro desse regulamento para que a gente possa trazer sobretudo a garantia para o usuário.

Um ponto que a gente queria deixar claro é a preocupação da VaideBet. Todos os dias a gente trabalha com uma preocupação, que é a experiência do usuário. Toda a nossa preocupação é com experiência do usuário e o regulamento tem muitos trechos dele pensado justamente nisso.

Muito se preocupava que a tributação alta poderia incentivar um mercado ilegal. O senhor considera que a tributação e a outorga são sustentáveis?

Claro, claro que sim. Esse é um mercado muito amplo, que tem espaço para todo mundo. A gente confia muito no atual governo, a gente confia muito no poder de fiscalização do atual governo, que tem várias maneiras de proceder com essa fiscalização daqueles que tentarem trabalhar abaixo do regulamento.

Não vejo o regulamento como mecanismo de afastar o operador e incentivar o operador a trabalhar na ilegalidade. Pra mim, isso aí é apostar na na incapacidade de fiscalização do governo, e isso a gente não concorda.

Pelo contrário, a gente acredita. A gente participa de todos os fóruns, da maioria dos debates, e é sempre ponto de discussão como é que vai ser feita a fiscalização para aqueles que não estiverem dentro do regulamento. E sempre é falado pelo governo quais são os mecanismos.

Enfim, a gente acredita que isso não vai ser um problema. Pelo contrário, o regulamento vem justamente para trazer essa credibilidade pro mercado, pra trazer essa credibilidade à população. E a gente acredita nisso, não que ela venha como uma forma de incentivar a operação clandestino.

Que pontos da lei você considera que ainda precisam de um melhor esclarecimento?

O que já está definido de forma muito clara é a parte da publicidade. Agora no final do ano foi publicado o Anexo X, que entrou em vigência no dia 31 de janeiro, e ele destina quais são os critérios de limitação da cobertura, então esse é um ponto que já está bem claro.

Outro ponto que está bem claro na legislação é a parte de punição para aqueles que descumprirem o regulamento. E aí vem punição um até aplicação de R$ 2 bilhões.

O que são aspectos técnicos em relação ao que já está posto, por exemplo, quais são os cuidados das plataformas para evitar a manipulação de jogos, quais são os critérios para questões de prevenção de combate à lavagem de dinheiro. Faltam ainda critérios em relação à prevenção do jogo patológico.

A gente está aguardando sem muita preocupação, porque hoje o que já é aplicado na plataforma é aquilo que é aplicado nos melhores modos internacionais, então a gente está só aguardando isso para que a gente possa entender esses limites, sabendo que não vai ser nenhuma surpresa, porque é aquilo que já é aplicado em outros países.

Como foi o processo para fecharem a parceria com o Corinthians? O que significa para vocês serem hoje o maior patrocinador do futebol brasileiro?

O importante pra gente não é o título de maior patrocinador, o importante pra gente é ser patrocinador de um clube do tamanho do Corinthians. Se nós somos o maior patrocinador isso não tem muita relevância interna, o que importa de fato é ter um time do tamanho do Corinthians como parceiro, uma torcida tão apaixonada, uma torcida tão tão fiel.

É um processo normal, nós recebemos contatos através do intermediário da possibilidade de fazer esse patrocínio, tivemos algumas reuniões online para definir alguns critérios, até que foi necessário uma reunião presencial em que o CEO José André da Rocha fechou negócio, trazendo essa grande oportunidade para a VaideBet mostrar a sua qualidade para um volume muito maior de usuários através desse contrato, que coloca a gente no cenário como uma das maiores do Brasil.

Nesse ano vocês estão também prospectando parcerias com outros times?

Olha só, eu não tenho como dizer isso porque isso é parte da diretoria de marketing, mas há uma preocupação da VaideBet de crescimento. Eu não tenho como te dizer se há uma negociação, mas há sempre uma preocupação de expansão.

Não só nesse lado de futebol, mas também com com outros tipos de contrato, de concessão de imagens, enfim.

Vi que também patrocinam o Gusttavo Lima. Há planos de patrocínios para além do futebol?

O Gusttavo Lima é o nosso embaixador, mas nós temos também outros músicos que fazem parte dessa gama de divulgadores da VaideBet, temos o João Gomes. É sim um plano, a gente está sempre fazendo contratos.

Mas o nosso grande embaixador, a cara do nosso trabalho é Gusttavo Lima e eu espero que permaneça durante muito tempo.

Quais são os planos da empresa com a regulamentação? Já foram atrás da licença?

Quando saiu a Portaria nº 1.330, no ano passado, ela é uma portaria que foi editada sem a gente ter ainda a lei base de aprovada. Então, naquele momento, nós entendemos que não era adequado a gente manifestar interesse, porque nós não sabíamos ainda quais seriam pelo menos os critérios básicos da regulamentação para poder entender a viabilidade do mercado.

Quando saiu a lei no final do ano, nós entendemos sim a viabilidade, foram apresentados os critérios mínimos, e não há nenhuma preocupação nossa em relação a não ter formulado aquele protocolo de interesses lá em novembro, porque a própria legislação traz a possibilidade de requerer a qualquer momento.

Também há uma previsão que o governo vai ter que conceder um prazo de seis meses para que as empresas que já estão operando no Brasil possam se adequar a legislação. Então, a gente ainda não tem o início da vigência desse prazo, que é de no mínimo de seis meses, e o decreto pode trazer um prazo por mais tempo.

Com base na experiência que a gente tem e no regulamento internacional, a gente tem realizado as alterações internas que são necessárias para atender o regulamento, para que quando saiam os decretos, a gente já esteja pronto para requerer de imediato.

A gente brinca que quando for aberto o prazo estaremos lá às seis da manhã batendo na porta para protocolar o nosso pedido.

Que mudanças estão sendo feitas?

São alterações tecnológicas. Por exemplo, o regulamento prevê que a plataforma tem que ter certificação internacional, então já estamos fornecedores as certificações.

No regulamento prevê que a gente tem que dar acesso em tempo real para o governo para que ele possa fiscalizar, então a gente já está fazendo essa operação tecnológica para criar esse ambiente que o governo tem acesso.

A gente já fechou contrato com fornecedor para que tenha reconhecimento facial, nossos contratos estão sendo todos revisados para incluir as limitações do Anexo X.

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Então são esses procedimentos que a gente tem, que não está sendo exigido ainda, mas que por cautela a gente já está se adequando para que quando saia os decretos a gente já esteja pronto e a gente não perca tempo com isso. A gente já está fazendo nosso dever de casa.
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Quais são as expectativas da empresa num mercado com gigantes que já são mais conhecidos? O que fazer para se diferenciar?

A gente tem preocupação com a concorrência, isso é natural de qualquer atividade, a gente segue observando o movimento dos nossos concorrentes. Mas a gente entende também que esse é um mercado muito amplo, cada um atua dentro de um de um determinado público alvo.

O que a gente tem de diferencial mesmo é estar sempre preocupado com o cliente. Você pega uma grande internacional, ela não tem essa sensibilidade que aqui, que estamos mais próximos da população, a gente tem. Então, a gente busca esse feedback dos nossos usuários e busca estar sempre atualizando nossa plataforma para que a experiência fique cada vez melhor.

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