Bets são entretenimento, não promessa de lucro, defende associação brasileira do setor
Em meio ao crescimento do mercado de apostas no Brasil, a associação brasileira do setor reforçou a necessidade de um olhar equilibrado do apostador.
Durante entrevista ao Aposta Legal, Rodrigo Alves, presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (ABAESP) defendeu que as bets devem se enquadrar como atividade recreativa.
“Todo apostador esportivo que não se enquadra na ‘intenção de se profissionalizar’ deve tratar as bets como algo recreativo, e disponibilizar uma quantidade pouco expressiva do seu capital para o entretenimento.”
Balanço das bets no Brasil em 2024
Dados de um levantamento inédito do Aposta Legal, intitulado "Balanço das Bets no Brasil", revelaram que as bets acumularam mais de 6,7 bilhões de visitas em 2024.
O estudo também aponta que 6 em cada 10 apostadores realizam apostas pelo menos uma vez por semana, enquanto 8 em cada 10 o fazem mensalmente.
Apesar da frequência, o ticket médio mensal de apostas no país é de menos de R$ 50, indicando um perfil moderado da maioria dos jogadores brasileiros.
Para Alves, apostar é válido, desde que feito de maneira responsável e sem a ilusão de ganhos garantidos. Ele enfatizou ainda que as diferentes modalidades de jogos de apostas precisam ser tratadas de forma distinta.
“Nunca uma aposta em um time para vencer um jogo, um caça-níquel, uma Mega Sena e uma aposta no desempenho de um atleta podem estar na mesma categoria ou sob as mesmas regras.”
Ele acrescenta que cada modalidade possui sua própria dinâmica e objetivos.
Um exemplo, de acordo com Alves, são as pessoas que apostam na Mega Sena, que geralmente têm consciência de que as chances de vitória são mínimas e o objetivo é mais recreativo.
Já quem participa de jogos de cassino, como roleta ou crash games, precisa entender as pequenas probabilidades de lucro em cada rodada.
Por outro lado, os traders ou punters esportivos que adotam métodos validados e estudam as competições e probabilidades não podem ser automaticamente classificados como apostadores recreativos.
Embora haja uma pequena fração de apostadores que conseguem lucro de forma habitual e profissional, a maioria do público deve buscar entretenimento com a prática.
“Não se pode estabelecer que toda aposta é apenas diversão, mas também não é correto tratá-la como uma promessa de lucro garantido.”
Dados da pesquisa indicam que 27% dos jogadores veem as apostas como uma forma de diversão, reforçando o apelo recreativo do segmento. Os dados são de uma pesquisa exclusiva do Aposta Legal, divulgada no final de 2024, que mostra um panorama geral do mercado de apostas no Brasil.
Para Alves, o número é um alerta e a prática deve ser encarada com responsabilidade. A mesma pesquisa apontou que 34% do respondentes afirmam apostar para conseguir renda extra.