Focada no mercado de eSports, Rivalry pretende obter licença brasileira

Atualizado: 3 Mai 2024
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Heloísa Vasconcelos

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Há 1 ano, acompanha de perto o mercado e as leis das apostas para você não perder nenhum lance.Leia mais
Jornalista
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Uma das principais casas de apostas focada em eSports, a Rivalry está de olho no mercado brasileiro e já preencheu o formulário do Ministério da Fazenda de interesse na licença federal.

Em entrevista ao Aposta Legal Brasil durante o SBC Summit Rio, o diretor regional da empresa no Brasil, Luis Guilherme Costa, falou dos diferenciais da marca e do público brasileiro.

Focada em atingir um público mais jovem, da Geração Z, a casa tem o jogo responsável como princípio e utiliza estratégias para barrar a entrada de jogadores menores de idade.

No Brasil, a marca investe em comunicação com o público nas redes sociais e em parcerias com influenciadores de jogos, e espera crescimento para os próximos anos. Confira a entrevista.

A Rivalry é uma das poucas empresas que oferecem apostas em eSports no Brasil e vi que vocês já inclusive manifestaram interesse na licença brasileira. Queria entender um pouco dos planos da Rivalry para o nosso país.

Então, a gente começou as operações aqui no final de 2019 e já era desde o começo a ideia de ser uma casa focada em eSports. Essa era a pegada do site desde sempre e eu trabalhava com eSports já há uns quinze anos.

Sobre a regulamentação, sim, a gente inclusive trabalha junto com um dos advogados que tá lá do lado do Ministério para fazer isso e, assim que sair, a gente, com certeza, vai comprar a licença, vai operar da maneira legal, é o objetivo com certeza.

Como é operar eSports no Brasil? Por que esse é um mercado atrativo para a Rivalry?

A gente queria fazer as coisas diferentes, não queríamos fazer mais do mesmo, que todo mundo estava fazendo. A Rivalry é uma startup canadense, quando eu entrei a gente tinha trinta funcionários, hoje a gente tem mais de duzentos.

Então, era um caminho para a gente poder fazer o que a gente gosta, porque os donos eles já trabalhavam com isso antes também, e foi um caminho que a gente achou de fazer as coisas diferentes, de focar na Gen Z, que é uma um grande diferencial nosso.

A gente não foca em cliente igual, sei lá, Bet365, EstrelaBet, que é adquirir, atender o cara que tá assistindo futebol desde sempre. Então, a gente quis primeiro pensar num público diferente e depois como que a gente conseguiria falar com esse público e fomos montando o nosso time em torno dos eSports.

É óbvio que a gente tem planos de crescer e tudo mais, mas assim como a gente fez diferente para eSports a gente tem estratégias diferentes para o esporte tradicional. Não quero investir muito dinheiro em futebol, eu quero ir para o basquete, por exemplo, que não tem ninguém ainda fazendo um trabalho bem feito para basquete.

A gente tenta evitar muito essa receita de bolo que todo mundo faz, que é comprar milhões de mídia paga, colocar uma placa no estádio, patrocinar um time, é isso que todo mundo faz.

Não quero competir com esses gigantes, não faz sentido para a gente agora, sendo que tem um outro nicho que ninguém tá explorando, que a gente consegue gastar menos dinheiro e conseguir resultado melhor.

Qual o diferencial do mercado brasileiro para vocês?

Esse público de eSports e GenZ são muito apaixonados, assim, a régua deles é muito alta, no que diz respeito a conteúdo, ao que eles consomem, como eles consomem.

A gente tá falando com um público que fica na internet mais de doze horas por dia, tanto com o celular, quanto no computador, ou jogando com os amigos deles. É um público que a gente vem tentando trazer novos apostadores e vem tentando vender a ideia de entretenimento.

É conseguir trazer esse pessoal, aproximá-los dos influenciadores favoritos deles. A gente tem os maiores influenciadores League of Legends trabalhando com a gente, de CSGO.

É essa proximidade que a gente conseguiu fazer do público com os influenciadores e com a empresa. Nossa marca hoje é a marca mais engajada nas redes sociais do Brasil, de aposta. A gente tem um engajamento de verdade, do público brincando com a gente quando eles ganham a aposta. Virou meio que uma competição, assim, da persona da nossa marca com os nossos clientes, quando eles ganham, eles fazem piada, quando a gente ganha, a gente fala, ah, hoje deu nós.

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Esse relacionamento que a gente tem, que a gente construiu, é uma coisa que eu pessoalmente nunca vi em nenhuma casa, que é o nosso principal diferencial. A gente tem um público muito fiel, um público que realmente gosta da Rivalry, confia na casa, confia nas pessoas que trabalham e sabem quem são.
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Luis Guilherme

Gerente regional da Rivalry no Brasil

Nos outros países não têm essa integração, o brasileiro é muito mais apaixonado, é diferente. O público brasileiro é diferente de qualquer lugar do mundo, então aprender a falar com esse público é o que eles querem. Porque o brasileiro é bombardeado de propaganda de casas de apostas em todos os lugares, então a gente precisa realmente passar credibilidade, a gente não queria ser só mais um.

Vocês falaram de patrocínios no futebol. Vocês também trabalham com patrocínios nos eSports?

A gente já fez, a gente tem a intenção de fazer isso novamente esse ano. A gente é bem forte no League of Legends, mas a gente ainda tem as restrições da Riot [desenvolvedora do jogo] quanto a isso, mas a gente está estreitando relacionamento com eles e acreditamos que em um futuro próximo vamos conseguir.

No CS a gente foi o primeiro patrocinador de betting da Fúria, e hoje eles estão gigantes e a gente apoiou o projeto deles desde o começo. A 006 do CS a gente já patrocinou também, a Red Canids, que é bem forte no LOL, mas tentamos fazer um acordo focando no CS para conseguir atrair o público de rebarba.

Trabalhar com times de eSports é complicado, porque tem um alcance legal, mas os times não aprenderam ainda como fazer conteúdo que converte para casas de apostas.

O Baiano é o maior streamer de LOL do mundo e ele já está com a gente há três anos, e eu gosto muito de oferecer um acordo que não seja simplesmente por dinheiro. A gente constrói tudo a quatro mãos e trabalha com os projetos deles.

O público de vocês é muito formado pela Geração Z, como você falou, e há também menores de idade. Como a proibição de apostas por menores de idade afeta o negócio de vocês?

A gente tem um trabalho muito sério em relação a isso com os influenciadores, eu acho que esse é o caminho. Alguns sites fazem uma publicação por semana sobre aposta responsável, dizendo que aposta é só para +18, mas isso e nada é a mesma coisa.

A gente tem influenciadores que fazem as transmissões na Twitch e falam sempre que não pode menor de idade, que aposta não é renda extra. Mas tudo isso de uma maneira mais divertida, a gente tem um bordão que é “aposte o dinheiro da pinga e não do pão”, por exemplo, porque a gente tem que entender como falar com o nosso público.

E menor de idade é banimento na hora. A gente tem um sistema de verificação, a gente não permite que a pessoa deposite antes de fazer a verificação. A gente não tem menor de idade apostando porque a gente pega antes do depósito.

Isso deveria ser básico, menor de idade não tem que se envolver com apostas. Maior de idade, beleza. Na Twitch a gente não tem como separar e falar apenas com o público maior de dezoito, a gente tem bastante menor de idade, principalmente por a gente trabalhar com LOL, mas eles chegam e são barrados.

A gente faz um trabalho de conscientização para eles não criarem conta antes dos 18 anos, porque se não eles são banidos para sempre. Se uma pessoa tenta criar conta com 16, quando ele faz 18 ele ainda está banido, porque a regulamentação pede isso.

Vocês já estão fazendo adaptações para conseguir a licença brasileira?

A gente já está participando da primeira fase de testes com a API do governo. Feito isso, todos os próximos passos estão todos prontos, a gente já tem empresa aberta no Brasil, já tem um responsável brasileiro, que sou eu, no caso. A gente tem o Luiz Felipe que, para mim, é o melhor advogado hoje para fazer isso, ele tá desde o começo tentando fazer o meio de campo das casas com o governo, porque se tinha algumas coisas que eram absurdas no processo de regulamentação.

Então, tem toda essa discussão de “vamos melhorar um pouquinho aqui, beleza. O governo precisa de dinheiro, mas a gente também, então, vamos fazer um negócio que fique bom para os dois”.

A gente tá bem por dentro de todo o processo e, como eu falei anteriormente, com certeza assim que sair a regulamentação a gente vai tá dentro. Porque o Brasil, para a Rivalry, a gente olha com muito carinho, é um dos maiores mercados da empresa, então a gente com certeza vai continuar aqui por muitos anos ainda.

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