O que esperar do mercado de apostas em eSports no Brasil?

Atualizado: 29 Fev 2024
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Heloísa Vasconcelos

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Jornalista
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O Brasil ainda aguarda a aprovação do marco legal dos jogos eletrônicos, mas já possui um mercado de eSports bastante pujante.

De acordo com levantamento da consultoria de dados Newzoo, o mercado brasileiro já está no top 10 mundial e gera uma receita total de US$ 2,6 bilhões no ano. A expectativa, segundo o estudo, é que o Brasil atinja um patamar próximo de US$ 3,5 bilhões até 2025, considerando uma taxa de crescimento de 10% ao ano.

O mercado de apostas esportivas está de olho nessa movimentação. Apesar de a opção ainda não ser oferecida pela maioria das casas, as apostas em eSports vêm crescendo e devem continuar com o mercado regulamentado.

Dentre 17 casas de apostas mais conhecidas que oferecem a opção de apostas em esportes eletrônicos, 7 constam na lista de manifestação de interesse do Ministério da Fazenda.

O cruzamento de dados foi realizado pelo Aposta Legal Brasil, com base na lista de 134 empresas que manifestaram interesse em operar apostas de quota fixa legalmente no país.

eSports nas casas de apostas

O sócio do Barcellos Tucunduva Advogados e especialista em mercado de jogos e tecnologia, Marcelo Mattoso, cita que muitas empresas que oferecem apostas em eSports permaneciam na ilegalidade, motivadas em parte pela falta de apoio dos próprios desenvolvedores dos jogos.

Muitos atletas de eSports são menores de idade, assim como parte importante do público consumidor dessa modalidade. Isso causa certa insegurança jurídica para que as desenvolvedoras apoiem apostas esportivas nesse nicho.

Mas, segundo Mattoso, essa situação vem sendo modificada aos poucos.

“Praticamente todos os jogos eletrônicos têm um ‘impedimento’ pela desenvolvedora. Não é bem um impedimento, na verdade, o que elas fazem é não criar parcerias, não incentivam, não permitem equipes com patrocínio de casas de apostas. Mas, no último ano, começou a se desmistificar”, coloca.

Ele aponta que esse é um dos motivos para que nem todas as casas de apostas ofertem a modalidade, aliado a questões de público alvo de cada empresa. Querendo ou não, esse é um mercado mais “arriscado”.

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O que há hoje em dia é uma aposta das casas de apostas que esse mercado vai ser lucrativo ao longo do tempo.
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Marcelo Mattoso

Sócio do Barcellos Tucunduva Advogados e especialista em mercado de jogos e tecnologia

O especialista em gestão de marketing esportivo Ricardo Grego acrescenta que o risco é maior por não haver ainda uma regulamentação no Brasil.

“Os esportes eletrônicos não são regulamentados como o futebol, não temos uma lei que regulamente, não temos federações e o próprio público do esports é contra. Ainda é uma massa cinzenta porque não tem regulamentação, é um mercado que se criou por ele mesmo”, diz.

Confira as empresas interessadas

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Megapari

Expectativas com a regulamentação

Para Marcelo Mattoso, o número de empresas que oferecem apostas em eSports no Brasil deve crescer até 2025.

“O brasileiro é o quinto maior mercado consumidor de esportes eletrônicos. Essas empresas tem um olhar carinhoso em relação a esse mercado. Por mais que não sejamos muito eficientes em lucro, temos uma adesão muito grande de público. Há uma aposta, porque ninguém quer descartar um mercado consumidor tão ávido como o brasileiro”, afirma.

Ricardo Grecco reforça que as expectativas são muito positivas com a regulamentação e a adesão pelo mercado de esportes eletrônicos deve aumentar à medida que ele tenha um marco regulatório.

“É um mercado muito atrativo para patrocinadores [casas de apostas] porque atinge um público mais jovem, mais fácil e mais rápido. É um público muito difícil de ser impactado por algumas marcas como bancos”, ressalta.

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