Empresas novas chegam no mercado de apostas brasileiro com regulamentação
A regulamentação das apostas esportivas trará ao Brasil uma gama de novas empresas que preferiam não se aventurar em um mercado cinza.
Dentre as 134 empresas que manifestaram interesse ao Ministério da Fazenda para operar apostas de quota fixa no Brasil há nomes conhecidos, como 1XBET, Betfair e Betano.
Também há empresas grandes do mercado de apostas que não atuavam nesse ramo no Brasil, como o Hard Rock e a MGM.
Outras muitas empresas da lista são novas no mercado de apostas esportivas, licenciadas de grandes empresas internacionais que ainda não atuavam no Brasil.
De acordo com o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Wesley Cardia, a expectativa é que mais empresas grandes surjam na lista e consigam a licença brasileira até julho deste ano.
Procura pelo mercado nacional
Wesley conta que muitas empresas grandes não tinham interesse em atuar no mercado brasileiro pela falta de uma legislação que regulamentasse o mercado.
Com a aprovação da Lei nº 14.790, que trouxe condições de tributação e outorga vistas como vantajosas pelo setor, o mercado brasileiro se torna promissor e mais empresas devem buscar a licença brasileira.
“Com a lei, vários players internacionais virão. Muitos ainda não vieram porque muitas empresas que têm ação em bolsa não podem entrar em mercados não regulamentados.”
“Agora que está regulamentado, empresas internacionais se sentirão mais confortáveis para vir para o Brasil”, diz.
Ele detalha que a lista de empresas que manifestaram interesse ao Ministério da Fazenda inclui vários CNPJs de escritórios de advocacia ou contabilidade que repassarão as licenças para empresas de fora, que ainda não puderam fazer o pedido.
Segundo ele, não há espaço para empresas pequenas, que faturem menos que R$ 1 bilhão anual no mercado. Alguns players podem escolher não ficar por não quererem arcar com os custos da regulamentação.
"Não é viável. Qualquer empresa que fature menos de R$ 1 bilhão no ano, sai do mercado. O que vai acontecer é que as empresas menores vão ser vendidas para operadores internacionais, há um movimento muito grande nesse momento dessas empresas menores batendo na porta das maiores para vender”, diz.
Empresas já conhecidas
A Betsson é uma das empresas que já atuam no mercado brasileiro hoje e que preencheram o formulário de interesse na licença brasileira. Com plano de expansão na América Latina, a empresa vê o Brasil como um mercado importante.
"A betsson tem uma estratégia de expansão latino americana, que é um mercado que está passando por regulamentação de uma forma geral. O Brasil sendo o principal mercado, ter uma estratégia que não passe pelo Brasil não faz sentido", diz o sócio-gerente da Betsson, André Gelfi.
“Nós manifestamos interesse estamos trabalhando com o cenário base de conseguir a licença. As portarias vão definir as nuances. É provável que tenha poucas surpresas, mas existe ainda essa possibilidade”
Gelfi explica que a empresa está olhando o Brasil com planos de traçar uma estratégia regional. Segundo ele, existe ainda uma apreensão quanto às portarias que precisam ser editadas pelo Ministério da Fazenda.
Quem também tem interesse em atuar no Brasil é o grupo LeoVegas, que atua principalmente com cassinos. Conforme o diretor de comunicações da LeoVegas Group, Daniel Valiollahi, o Brasil é uma "oportunidade de ouro".
"Brasil e outros países regulamentados da América do Sul apresentam uma oportunidade de ouro de crescimento para operadores de escala global com um produto forte, que necessita de escala e um bom entendimento das preferências dos consumidores locais. O país vai se tornar um campo de jogo que todo mundo quer jogar em 2024", destaca.
Licenciada brasileira
Uma das empresas brasileiras que começará a operar apostas esportivas como licenciada de uma internacional é a Big Entretenimento. A empresa fechou parceria com a marca Caesars Entertainment e trabalha com campeonatos de poker no Brasil.
O diretor executivo da licenciada, André Feldman, explica que a empresa está se preparando para entrar no mercado de apostas esportivas assim que tiverem em mãos a licença.
“Tem muitas empresas americanas que não se sentem confortáveis em operar em mercados não regulados, eles esperam a licença para aí sim começar a operar”, coloca.
Ele considera que os valores de outorga e tributos no Brasil são justos e são bons balizadores do mercado, garantindo a operação de boas casas de apostas.
“As empresas têm que ter consciência e responsabilidade. Quando você paga uma licença cara, vai cuidar muito bem dos clientes e das regras. Esse preço faz com que haja maior responsabilidade no mercado.”
Empresas novas
A Play 7 é uma das empresas que solicitou licença ao Ministério da Fazenda que é nova no mercado de apostas no Brasil. Eles já possuem contrato com a Open Bet, uma grande operadora internacional.
Conforme o CEO da empresa, Elder de Faria Braga, a casa de apostas está em um momento estratégico de captação de investidores. Ele considera que o forte da nova empresa será a tecnologia.
“Provavelmente não vai ser o maior mas também não vai ser o menor, mas vai ser uma empresa importante no mercado. Nossa expectativa é que o mercado cresça demais e nos próximos anos o Brasil seja talvez o segundo maior mercado do mundo em apostas”, espera.
A empresa planeja investir bastante em marketing para conseguir visibilidade no mercado brasileiro. Segundo Elder, os empresários já tiveram uma reunião com o Ministério da Fazenda e aguardam “ansiosamente” a licença para os próximos passos.