No que acredita o próximo Papa, segundo o mercado de apostas
A eleição do cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como novo Papa reacendeu o debate sobre o futuro ideológico da Igreja Católica.
Mas antes mesmo da escolha oficial, investidores e curiosos já especulavam — com dinheiro envolvido — quais posturas o novo pontífice adotaria frente a temas sensíveis e que dividem opiniões.
Na plataforma Polymarket, onde se aposta sobre eventos futuros, os mercados voltados às convicções do próximo Papa movimentaram cerca de R$ 2,2 milhões nos últimos dias.
As apostas, feitas em criptomoedas, revelam o que parte do público acredita que sucessor de Francisco irá fazer: um trabalho de continuidade em relação a reformas do antigo pontífice, sem promover maiores avanços.
Apostar em eventos sobre o novo Papa é proibido no Brasil, pois a legislação só permite apostas em eventos esportivos.
Aposta total na continuidade sinodal e ambiental
Dois temas aparecem com 100% de probabilidade estimada pelos apostadores:
- Que o novo Papa promoverá uma Igreja Sinodal, dando continuidade ao processo iniciado por Francisco;
- E que ele terá foco em mudanças climáticas, seguindo a linha da encíclica Laudato Si’.
Ou seja, para o mercado, não há dúvidas de que o novo pontífice manterá o compromisso com uma governança mais participativa e com a pauta ambiental.
Temas polêmicos dividem expectativas
Em diversos temas sensíveis, os contratos do Polymarket apontam probabilidades próximas a 50%, como uma forma de representar a incerteza do público apostador. Por exemplo:
- Bênção a casais do mesmo sexo: 51%
- Celibato sacerdotal opcional: 50%
- Restrições à missa em latim (Vetus Ordo): 51%
- Acordos secretos entre Vaticano e China: 51%
- Comunhão a divorciados em segunda união: 51%
- Revisão da Humanae Vitae (encíclica que condena métodos contraceptivos): 51%
- Apoio ao “Caminho Sinodal Alemão”: 50%
Esses percentuais representam a chamada "probabilidade implícita" do mercado, ou seja, a chance que os apostadores atribuem a cada cenário com base nos valores atuais de compra e venda dos contratos.
Quando a porcentagem gira em torno de 50%, isso significa que há grande divisão entre os participantes — metade acredita que o novo Papa apoiará aquela medida, e metade acha que não. Quanto mais próximo de 50%, maior a polarização ou incertezas.